Os pais possuem uma tendência natural de tentar proteger os filhos das dores da vida. A frustração porém, é fundamental para o desenvolvimento deles. Entenda por quê.

A importância de dizer NÃO! 

Imagine uma criança acostumada a ter todos os seus desejos atendidos. Basta uma birra para ganhar o sorvete; o brinquedo novo vem sempre na hora em que ela pede; dorme na hora em que quer; come apenas o que gosta, e os pais a deixam fazer tudo o que tem vontade.

Como será que essa criança vai reagir quando descobrir, na adolescência, que no mundo real as pessoas não farão todas as vontades dela? Como vai enfrentar o fim de um relacionamento, uma reprovação no vestibular da faculdade tão desejada, ou a perda de um emprego?

Se você quer preparar seu filho para o mundo real, que não é controlado por você, precisa aprender a importância de dizer não a ele. Quer descobrir como pode ajudar seu filho dizendo não e dando espaço a um pouco de frustração na vida dele? Então vamos usar o Método do Detetive do Programa MenteInovadora. 

Com esse método, você aprende a usar as perguntas que o afligem para produzir respostas com dados e informações que o ajudam na solução de um problema. E ele pode ser aplicado a todas as situações da sua vida cotidiana, seja nas questões de relacionamento e educação dos filhos, seja na solução de problemas no ambiente profissional.

Siga nossas perguntas do Método Detetive, aprenda a importância de dizer não e entenda como esse método funciona.

Por que eu iria querer frustrar meu filho?

Frustrações fazem parte da vida de qualquer pessoa. E elas acontecem independentemente da nossa vontade.

Saber lidar com essas situações de maneira saudável e tirar delas aprendizagens positivas são habilidades socioemocionaisfundamentais para a nossa vida adulta. E essas habilidades precisam ser desenvolvidas desde cedo.

Como os filhos podem se beneficiar da frustração?

O ser humano é movido pela necessidade. A falta, a carência e a desilusão são importantes para que ele aprenda a adiar gratificações, a refletir sobre o que deu errado e a traçar novas metas.

Ao se frustrar, seu filho desenvolve a resiliência, aprende a esperar, a perseverar no que está buscando. Todas essas qualidades serão fundamentais na vida profissional dele no futuro, quando nem sempre os objetivos serão alcançados imediatamente.

Para ficarmos em dois exemplos de como a resiliência é importante em diferentes áreas profissionais:

Se os cientistas da Nasa tivessem desistido após o incêndio que matou três astronautas nos testes de lançamento da Apollo I, em 1967, o homem jamais teria pisado na Lua.

Se a escritora J.K. Rowling tivesse desistido na primeira vez em que ouviu um não de uma editora, Harry Potter não existiria.
E  ela recebeu 12 negativas antes de ser aceita por uma pequena editora de Londres.

Como se desenvolve a habilidade de lidas com as frustrações?

Só aprendemos a lidar com as frustrações quando as vivemos. Ao sofrer a dor e ao refletir sobre ela, passamos a nos conhecer melhor. E aprendemos que somos maiores que a dor e podemos superá-la.

Quando impedem seus filhos de entrar em contato com as dores da vida, os pais superprotetores acreditam que os estão blindando contra sentimentos negativos. Na verdade, estão prejudicando a formação psicológica deles.

Meu filho vai saber lidar com a frustração?

Pode ser difícil pensar assim. Mas a verdade é que seu filho não é tão frágil quanto você acha e suporta melhor a verdade do que você imagina. Essa crença de que ele precisa ser protegido e poupado o tempo todo é limitadora. Liberta-se dela.

Deixe-o viver as experiências por completo, com começo, meio e fim. Não tente apagar os registros de uma situação negativa.

Ninguém está dizendo que você deve abandonar seu filho na hora da dificuldade. É importante estar ao lado dele para guiá-lo, mas tomando o cuidado de não resolver os problemas por ele.

Como trazer a frustração para a vida do meu filho?

Não é preciso inventar nada. As situações de frustração são corriqueiras em nosso cotidiano. Se você quer aproveitá-las de uma forma positiva, preste atenção em como se comporta quando elas acontecem.

Você se adianta e tenta evitar que seu filho se frustre? Então considere a possibilidade de deixar que ele experimente um pouco das consequências da situação e tente ajudá-lo a encontrar saídas por si próprio.

Pode ser mais trabalhoso, mas acredite: você estará fazendo um enorme bem ao seu filho.

O que posso fazer para não ser um pai superprotetor?

Um começo é aprender a dizer não. Você não precisa fazer tudo o que ele quer, na hora em que ele quer. Estabelecer limites é importante para que ele aprenda a respeitar regras. Além de fortalecer o seu papel de autoridade na relação, algo de que eles precisam muito na adolescência.

Então devo dizer “Não” para tudo o que ele(a) me pede?

Não, ninguém vai se beneficiar se você pular de um extremo a outro. Quando usado em excesso, o não se torna uma palavra desgastada. E sua relação com seu filho se torna conflituosa e cansativa.

O não deve ser usado na medida certa, e essa régua é estabelecida pelos valores que pai e mãe estabelecem como fundamentais para a construção do caráter do filho. Não caia no erro de negar por negar. Antes de responder com um não, pondere se ele realmente é necessário.

E use o sim e o elogio às atitudes positivas como ferramentas de fortalecimento dos laços entre vocês.

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